quarta-feira, 6 de maio de 2009

Conversas de rodoviária

E cá estou eu, a espera do que acho já ser conhecido por ter passado vários momentos nessa terra, e por já ter estado nesse mesmo banco de rodoviária várias vezes. Olhando o movimento me pego pensando no que está a minha espera. É... Eu apenas espero. Mas eu sei que toda vez é diferente, é melhor, mas não irei contar com isso dessa vez, estou receosa. Sei das dificuldades de um amor distante, então faço o possível para que os obstáculos sejam vencidos. Esse amor é de amigo, amor de uma cidade distante que me acolheu muito bem. Amor a liberdade e a libertinagem. E eu ainda estou a esperar.

Um senhor de meia idade com feição cansada, chapéu amarrotado, e uma sacola se aproxima, a única coisa que ele quer é um pouco de atenção e ter para quem contar a sua estória. Conta ele que depois de muito trabalho conseguiu se aposentar e com a aposentadoria veio a liberdade. Pai de duas filhas, já casadas e com família constituída, o senhor conta com orgulho tudo que já conseguira com aquelas mãos que ali estavam à mostra, mão de trabalhador, surrada e calejada. Conta que viajou o país inteiro atrás de aventura e boas estórias pra contar, conta da vez em que não teve o que comer mas que estava feliz pois a coisa mais bonita que vira estava ali pra alimentá-lo, conta da basílica de Santa Catarina, conta sobre cada cantinho que já esteve...Notei que com pouco dinheiro, e apenas uma malinha pequena aquele senhor era muito feliz.

E estava na hora da minha partida, em busca de novas descobertas. Nesse pequeno tempo de prosa percebi que a felicidade está em poucas coisas que trazem grandes emoções.

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